terça-feira, julho 2

Empreendoras dão renda a cuidadoras de crianças da periferia

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Empreendedoras profissionalizam e aumentam a renda de cuidadoras de crianças da periferia

Quem tem filhos sabe o quanto pode ser difícil conciliar a rotina e ter com quem deixá-los para ir trabalhar. A situação é ainda mais crítica para as famílias que dependem das creches públicas, mas não conseguem uma vaga. Muitas mães se veem obrigadas a deixar o emprego para cuidar dos filhos, o que prejudica suas carreiras e diminui a renda da casa.

Foi com esse problema em mente que as empreendedoras Renata Citron e Lorena Alvarez criaram, em 2018, o Cantinho do Brincar. O negócio licencia espaços de aprendizado e desenvolvimento para crianças de 2 a 10 anos. As mensalidades variam de R$ 300 a R$ 450.

Com foco nas periferias, a rede quer ainda gerar oportunidades de renda. As unidades podem ser abertas com um investimento de R$ 3 mil a R$ 5 mil e, em alguns casos, ser instaladas em casa. O público-alvo de licenciadas são as mulheres.

O modelo do Cantinho do Brincar foi inspirado no projeto da SmartStart, uma ONG que atua em países da África. Renata Citron conheceu o projeto enquanto buscava ideias para empreender na área da educação – uma paixão antiga e tema de um mestrado que ela havia acabado de finalizar em Stanford.

Enquanto isso, Lorena também observava problemas e oportunidades na área aqui no Brasil. As duas, que já haviam trabalhado juntas na Endeavor, acabaram se reencontrando e decidindo tocar o projeto em conjunto.

A proposta da ONG e do Cantinho do Brincar é atender crianças que não têm acesso às creches sem deixar de lado suas necessidades de aprendizado. Por isso, a metodologia foi desenvolvida com a ajuda de profissionais como pedagoga e neuropsicóloga.

A rotina inclui atividades, oficinas e brincadeiras que desenvolvem habilidades variadas, das artísticas às socioemocionais. “São habilidades diferentes do conhecimento específico. O aprendizado é holístico e vai muito além de aprender a ler ou fazer contas”, explica Lorena. Cada turma tem até 10 crianças e é divida em faixas etárias, uma de 2 a 6 anos e outra de 6 a 10.

As cuidadoras não precisam ter formação em pedagogia ou áreas afins à educação. Mas Lorena explica que a seleção é criteriosa, assim como o treinamento oferecido às licenciadas. Para garantir a qualidade, a rede realiza visitas periódicas e oferece uma central de assistência 24h. Todos os espaços contam também com câmeras de segurança.

A rede tem hoje cinco unidades em São Paulo (SP). Apesar da flexibilidade, todas as licenciadas até hoje são formadas ou estão se formando em pedagogia. “Esse é terceiro curso que mais forma profissionais no Brasil. Muitas pessoas têm o sonho de ter sua própria escolinha, mas não têm oportunidade”, afirma.

Um dos pontos-chave para o crescimento do projeto é a flexibilidade em relação ao espaço. O Cantinho do Brincar pode ser instalado na residência da licenciada ou em espaços como condomínios e escolas já existentes. O local deve atender a alguns critérios, como a presença de um banheiro infantil, e passar por uma inspeção.

Hoje, o investimento para abrir uma unidade varia entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. O valor inclui os materiais necessários para equipar o espaço e eventuais reformas para adaptá-lo. Depois que começam a faturar, as empreendedoras pagam uma taxa mensal de 12% sobre o valor.

Segundo Lorena, o número de unidades é fundamental para cumprir o impacto social que o negócio propõe. “As mães precisam de espaços que fiquem perto de suas casas e no trajeto até o trabalho. Quanto mais pulverizado o Cantinho for, maior a chance de isso acontecer”, diz. Segundo ela, o modelo é também uma chance de profissionalizar quem já atua como cuidadora informalmente.

Em julho do ano passado, o Cantinho do Brincar recebeu um investimento-anjo de R$ 2 milhões. Para 2020, tem planos de abrir mais cinco unidades no primeiro trimestre. Com elas, passa a atender os municípios de Embu das Artes e Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. “Nosso sonho é ter 100 mil Cantinhos espalhados pelo país”, diz a fundadora.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

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Imagem em destaque: Foto/Reprodução internet

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