segunda-feira, dezembro 23

Empreendedor fatura atraindo investidores para causas sociais

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Douglas Lopes Nicolau sempre quis trabalhar com administração pública. Mas por influência familiar, não ingressou na carreira e acabou seguindo um caminho um pouco diferente: ajudar projetos a captar recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A Incentiv, startup fundada por ele com esse objetivo, já movimentou cerca de R$ 15,9 milhões entre 65 iniciativas.

“Eu sempre soube que seria empreendedor”, diz o empreendedor. Seu primeiro negócio se dedicava a realizar seus próprios projetos sociais, realizados com o apoio de leis de incentivo.

Entre uma iniciativa e outra, ele percebeu que existiam muitas dificuldades na área — tanto para quem queria realizar eventos quanto para quem queria investir. Assim, decidiu reunir suas experiências e criar uma solução que ajudasse os dois lados.“Era preciso desmistificar o uso das leis de incentivo”, diz. “Não é um bicho de sete cabeças”.

A Incentiv surgiu de forma tímida. Em 2016, com a ideia em mãos, Nicolau deu início à startup dentro de uma aceleradora. Foi lá que o empreendedor percebeu que o negócio fazia sentido e validou a proposta. A partir de então, também pôde se conectar a outros empreendedores e investidores.

Hoje, o negócio tem sua própria rede de executivos de impacto, com consultores e diretores dos mais diversos setores. “Usamos do nosso networking para gerar impacto social positivo”, diz Nicolau.

Uma das formas de captar os recursos é por meio da Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. Ela permite que pessoas físicas ou jurídicas que planejam um evento cultural peçam chancela da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cidadania, para poder captar recursos. Eles vem de patrocinadores privados, que então podem abater o valor do Imposto de Renda.

Desde a criação da startup, R$ 15,9 milhões foram arrecadados para 65 projetos sociais diferentes. A Incentiv não abre faturamento — mas recebe pela conexão entre todos os projetos e seus investidores. Em 2018, a startup captou R$ 1,1 milhão em uma rodada com 51 investidores anjo.

Hoje, a empresa tem foco em três atividades principais: conexão, transparência e engajamento. A primeira consiste em ajudar empresas a mapear as leis e construir um portfólio de projetos de acordo com seus valores. Apesar de já existir há alguns anos, segundo o fundador, a Lei do Incentivo à Cultura ainda não tem seus benefícios conhecidos pelas companhias. “Nossa solução ajuda a estruturar esse investimento”, afirma Nicolau. “Várias causas podem ser apoiadas por meio dessa plataforma”.

A transparência é a segunda etapa para patrocinadores e patrocinados. Por meio de um programa de governança, o investidor recebe atualizações sobre os projetos que ajudou. “Ajuda a dar uma visão estratégica do desenvolvimento social”, afirma. “Assim todas as decisões podem ser tomadas com base em dados”.

A Incentiv também criou uma plataforma para gerar o engajamento,. Por meio de uma solução automatizada, a empresa coloca as companhias investidoras como multiplicadoras — podendo engajar diretores e colaboradores a investir em projetos em sua área.

Fonte: Pequenas Empresas e Grandes Negócios

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Imagem em destaque: Foto/Reprodução internet

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